terça-feira, 25 de novembro de 2008



BIZARRO BREVE

A dona do bazar aguardou o dia inteiro a visita de um antigo vizinho. Ele traria fotos da abertura do Bizarro Breve quando ainda não havia este nome. Só porque foi tomar café com leite, distraída com o fim do pagamento de um empréstimo ao Banco, não deu conta de quem estava há muitos minutos ao seu lado. Teve, de repente, sua mão cortada com um toque abrupto, dentro da padaria próxima de ser um pouso de reunião. Alguém, até então, entretido com um brioche e o pensamento em bravatas da mais nova mulher. Acabou por reconhecê-la, contando logo depois à dona do bazar toda sua vida mais recente. Justo, o tempo passado entre eles desde a inauguração da loja muito conhecida em bairro de moda e muito movimento de comércio. Bizarro Breve Bazar.
A dona mexia o café com leite e fazia da memória do antigo vizinho uma espécie de esparrame - então, tinha fotos? (Agora com a demora do homem é como se não tivesse existido nada antes, nos fundos do Bazar, ancorada na passagem das horas e das clientelas interessadas em surpreender o tecido intato sobre o modelo mais gasto).